Missão de Supervisão do FIDA acompanha implementação do PAGES no Maranhão

Por: Alessandro Silva

São Luís, 01 de dezembro de 2025 – A Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) iniciam, entre 30 de novembro e 10 de dezembro, a Missão de Supervisão do Projeto Amazônico de Gestão Sustentável (PAGES) no Maranhão. Durante esse período, consultores internacionais do FIDA, incluindo o oficial de país Arnoud Hameleers e equipes técnicas do projeto, acompanharão in loco a execução das ações, avaliando resultados e estabelecendo novos acordos estratégicos para o próximo ciclo de trabalho.

“Tivemos muitos avanços no PAGES neste ano, e essa missão de supervisão do FIDA vai atestar e avaliar o progresso do projeto no Maranhão que já está retomando a esperança para a populacão rural do estado,” disse o secretário da SAF, Bira do Pindaré.

A programação inclui visitas aos territórios diretamente atendidos pelo projeto e abrange iniciativas com povos indígenas, escolas de alternância, PGIS Pilotos e ações produtivas apoiadas pelo PAGES. A missão será dividida em três grupos simultâneos. O primeiro percorrerá municípios de Santa Inês, Terra Indígena Caru e Pio XII, acompanhando a execução do PGIS Escolar e do PGIS Indígena voltado à arte tradicional e ao sistema produtivo da mandioca.

Em Pio XII, a equipe visitará a Escola Família Agrícola João Evangelista de Brito, onde o PAGES apoia a implantação de tecnologias sociais, melhorias de infraestrutura e fortalecimento produtivo para 50 jovens da agricultura familiar. Na TI Caru, a missão realizará diálogos com Guajajara e Awá Guajá sobre o início das atividades do PGIS Indígena, incluindo ações relacionadas à produção de artesanato, casa de farinha e sistemas de comercialização.

O segundo grupo também estará na Terra Indígena Caru, com foco em restauração ambiental, viveiros comunitários e bases de monitoramento dos Guardiões da Floresta e das Guerreiras da Floresta. A equipe visitará áreas de recuperação, estruturas de manejo e realizará rodas de conversa com lideranças indígenas sobre as estratégias de conservação, monitoramento e fortalecimento das organizações locais, como as associações Wirazu e Arari. As atividades seguem posteriormente para Alto Alegre do Pindaré, com continuidade das análises sobre desenvolvimento das ações executadas pelo PAGES.

O terceiro grupo se deslocará para a região da Baixada e do Alto Turi. A agenda inicia no Quilombo São José dos Portugueses, em Cândido Mendes, onde acompanhará o PGIS Cadeia Produtiva destinado ao fortalecimento da agroindústria de polpas de frutas, empreendimento comunitário estruturado com apoio institucional e que hoje beneficia diretamente dezenas de famílias.

Em seguida, a missão segue para Amapá do Maranhão, no povoado Alto Alegre, com o PGIS Piloto de manejo sustentável de açaizais nativos, iniciativa focada em ampliar renda, recuperar áreas degradadas e promover uso sustentável da floresta. Para concluir o roteiro no território, a equipe visitará ainda a comunidade Curtiçal, onde está sendo implementado o PGIS de criação de galinha caipira com estruturação de aviário comunitário.

Após o retorno dos grupos a São Luís, a segunda semana da missão será dedicada a reuniões bilaterais entre cada responsável de área do projeto e seus correspondentes do FIDA. Os encontros servirão para análise técnica detalhada dos avanços, identificação de gargalos e pactuação de ajustes estratégicos e operacionais. O encerramento ocorrerá com a assinatura do Memorando de Entendimentos entre a SAF e o FIDA, documento que formaliza os compromissos para os meses seguintes e orienta a consolidação dos resultados até a próxima Missão de Apoio.

Para Mariana Nóbrega, coordenadora Geral do PAGES, a missão representa um marco importante de alinhamento institucional. “Esta missão é decisiva para consolidarmos o que já avançamos em campo e ajustarmos, junto ao FIDA, os pontos que vão garantir ainda mais eficiência ao projeto. O PAGES vem crescendo com base no diálogo com as comunidades, com as organizações indígenas, com as escolas e associações rurais, e a supervisão reforça que estamos no caminho certo ao construir um modelo de desenvolvimento sustentável para o Maranhão”, afirmou.